Qualquer um pode zangar-se, isso é fácil. Mas zangar-se com a pessoa certa, na medida certa, na hora certa, pelo motivo certo e da maneira certa, não é fácil. ARISTÓTELES

sexta-feira, 29 de julho de 2011

TRIBUNAIS DE CONTAS ATRAVÉS DE CONCURSO PÚBLICO

Parece incrível, mas o Tribunal de Contas do Distrito Federal (TCDF) aprovou as contas dos quatro governadores do DF que estiveram à frente do DF no ano de 2010, ano da crise política gerada pelas denúncias da Caixa de Pandora. Apesar de irregularidades como "realização de despesas sem cobertura contratual, recorrente celebração de contratos emergenciais, prática de sobre preço e superfaturamento, vantagem de contratação não comprovada, contratação de produtos e serviços em excesso, direcionamento de contratação, pagamento por produtos e serviços não entregues ou prestados e falha na fiscalização de contratos", os ex-governadores José Roberto Arruda, Paulo Octávio, Wilson Lima e Rogério Rosso tiveram suas condutas como ex-gestores aprovadas.

Posso não ter muito conhecimento jurídico ou mesmo contábil, mas após toda a roubalheira que houve no DF, onde os brasilienses ficaram um passo de terem um gestor federal a frente do governo do Distrito Federal, após todos os vídeos comprometendo o Governo, mostrando o ex-governador recebendo propina e tudo mais o que ocorreu, nosso Tribunal de Contas aprovar a conduta destes senhores que muito se preocupavam em encher seus bolsos com dinheiro público leva a uma reflexão. Não está na hora do preenchimento das vagas de conselheiro dos Tribunais de Contas serem realizados por concurso público e não por indicação política.

Não é preciso ser um gênio para se saber que o indicado olhará com outros olhos quando for fiscalizar a pessoa que lhe proporcionou estar naquele cargo, cargo esse almejado por muitos, com vitaliciedade na função, salário acima da média e outros benefícios. Não sejamos hipócritas, e mesmo que sejamos, podemos então assumir que a probabilidade de olhar com outros olhos seria bem menor se o conselheiro fosse concursado e desta forma não teria vínculo algum com a pessoa que fosse por ele fiscalizada.

Existem verdades que de tão óbvias não mereceriam nossa atenção, mas no caso do nosso país tudo parece ser um pouco diferente, um pouco mais difícil do que parece. Será que não está claro que da forma que está, a fiscalização dos gestores em todas as esferas, federal, estadual e municipal está comprometida, e mesmo que não estivesse tanto, qual o argumento para não utilizar o concurso público como porta de entrada para esta carreira tão importante para o progresso de nosso país. Existem forças que não querem isso, e afinal de contas o que será que estas forças querem? Fazer o certo é que não é. 

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